A HISTORIA DO BAIRRO DO SÃO CAETANO.....
O local onde hoje esta o Bairro de São Caetano era uma fazenda na Gomé. último reduto dos portugueses durante a luta pela independencia foi travada a ultima batalha no local onde hoje se encontra o parque S.S Schindle foram encontradas balas de canhão quando na construção das instalações. O bairro começou a crescer em função da antiga estrada das boiadas para Feira de Santana e depois com a pavimentação e elemento armado feito na intervenção de Juracy Magalhães no estado .Com facilidade de acesso e com as dificuldades de moradia nos anos 40 e 55. O bairro cresceu muito. Nessa época o correram as principais invasões da cidade,como Pero Vaz, Jardim Cruzeiro, Alagados e gradativamente outros bairros vizinhos. São Caetano instalou algumas da primeiras industrias da cidades cerâmica, sabão, cera, óleo vegetal.Também em São Caetano foram construídas as primeiras casas populares pelo senhor Renato Schindle .com financiamento do ex-IAPE. Já no Governo de Otávio Mangabeira foi instalada a rede de água facilitando ainda mais as necessidades dos moradores .A Estrada das Boiadas foi uma via de acesso, muito importante no século XIX, pois ela fazia uma ligação entre a cidade do Salvador e o Recôncavo (norteda Bahia), permitindo a entrada e saída de mercadorias por terra, assim abastecendo a cidade.
Esta mesma Estrada das Boiadas foi de extrema importância para a batalha de Pirajá, pois era parte da estratégia do General Pedro Labatut e alguns legalistas para vencer a mesma. Estratégia esta que era bloquear a estrada das Boiadas não permitindo o transporte das mercadorias, e assim vencer os lusos através da fome e da miséria.
Para Madeira de Melo era essencial vencer a batalha de Pirajá, pois abrindo caminhos na Estrada das Boiadas, possibilitaria a chegada ao Recôncavo Baiano e o abastecimento da cidade do Salvador.
Com o exército brasileiro bloqueando a estrada, as tropas lusitanas ficaram sem mantimentos, e foram obrigadas a travar um embate com os brasileiros. Esta estratégia tornou-se vitoriosa. Madeira de Melo e seus comandantes saíram afugentados, depois de embates que resultaram na morte de vários baianos.
Nos nos anos de 1947, o bairro São Caetano era um aglomerado de poucas casas espalhadas, cercadas por roças de cacau, roças de mandioca, bananeiras, jaqueiras, canaviais, frutas em abundância, muita mata e uma fauna maravilhosa. Sua gente era de trabalhadores rurais, pequenos cacauicultores, pescadores, caçadores, oleiros, carpinteiros, marceneiros, lavadeiras, parteiras, benzedeiras, pedreiros, açougueiros e alguns minguados bodegueiros.
A vida no povoado corria sem novidade, monótona, lazer só para os homens, à noite, nas casas das caftinas Helvécia e Rosa, ou, algum bate-coxa de final de semana em cabaré fétido, quando dois sujeitos roubaram umas bolas de fumo de algum armazém da iniciante Itabuna, e, numa canoa (a ponte Lacerda estava em construção), atravessaram as água limpas e caudalosas do rio Cachoeira e vieram ao povoado passar as bolas de fumo ao atravessador.
Os elementos, ladrões chinfrins, foram presos, logo depois, com o atravessador, o bodegueiro Permínio, que tinha uma bodega no início, hoje, da avenida princesa Isabel. Naquela época, não havia Direitos Humanos nem humanos direitos, advogado era luxo, coisa de gente rica, os pobres diabos devem ter levado uma boa surra de cipó- de-boi ou foram corrigidos com palmatória de jacarandá e soltos.
Porém, o imbróglio do roubo das bolas de fumo, serviu para despertar o sentimento bairrista dos parcos moradores contra os deboches e desdéns dos citadinos que passaram chamar o seu lugarejo de “Fuminho”. Se alguém do outro lado do rio Cachoeira se atrevesse chamar o São Caetano de “Fuminho” ao habitante do lado de cá, poderia não dar briga, mas a reação e o repúdio eram imediatos de menino ao velho.
No entanto, não foi a primeira nem a última vez que o bairro São Caetano foi ameaçado do seu nome ser substituído. Com o assassinato do presidente dos E U A, John F. Kennedy, em 22 de Novembro de 1963, os bajuladores dos ianques espalhados em todo mundo, deram o seu nome, in memoriam, aos bairros, ruas, praças, jardins etc. Nós, de terras tupiniquins, das terras do sem fim, não fugimos à regra.
O vereador Antônio Calazans, velha raposa política, quis pegar o bonde da História e elaborou um anteprojeto de lei que mudava o nome de São Caetano para bairro presidente John Kennedy. A reação dos líderes comunitários Pedro Batista de Santana (Pedro do Bar), Eduardo Fonseca e o povo, foi enfurecida, irrefreável, movimentos de protestos pipocaram nos quatro cantos do bairro.
Os reclames do povo e dos líderes comunitários chegaram ao prefeito, o Sr. José de Almeida Alcântara (apelidado carinhosamente pela meninada de “Arranca”, derivativo deformado de Alcântara), mestre da demagogia e da encenação. Ele foi sensível e oportunista aos protestos e reclames da comunidade caetanense, prometeu aos líderes e à comunidade, negociar com os vereadores, vetar o projeto, tirou proveito político o quanto pode...
Os vereadores Calazans e Antônio Côrtes (relator da matéria), insistiam em submeter o projeto à assembléia para votação final, estavam irredutíveis, queriam a qualquer custo americanizar o bairro, trocando “São Caetano” por “John Kennedy”, a data da votação foi definida, parecia que os caetanenses estavam na casa do sem jeito, num beco sem saída, teriam mesmo que embolar a língua e pronunciar: - John Kennedy!...
O dia D chegou. Os vereadores estavam convencidos da aprovação fácil do seu projeto, pouco se lixando para população, quando o prédio da Câmara de Vereadores (atual prédio da 27ª. Zona Eleitoral), a Praça Olinto Leone e as ruas circunvizinhas, foram tomadas de assalto por milhares de populares, moradores do bairro São Caetano e doutros bairros, gritando palavras de ordem, discursos, carro-de-som, faixas, cartazes, apitos, numa demonstração de cidadania e civismo nunca visto.
Calazans acuado, sem respaldo popular, sem apoio político das autoridades da cidade (exceto seus pares), numa saída de mestre, esvaziou o plenário da Câmara, suspendeu o projeto por falta de quorum, articulou com os líderes do bairro uma nova proposta: não mudar o nome do bairro, mas manter a homenagem ao presidente americano, dando-lhe o seu nome à principal avenida, por muito tempo, o São Caetano teve sua “Avenida Kennedy”, mas graça ao sentimento patriótico das novas gerações, a posteriori, foi batizada com o nome de gente nossa: - Avenida Manoel Chaves!...
Portanto, “São Caetano” continuou “São Caetano”, nome de santo da Igreja Católica e justa homenagem foi feita ao lavrador José Batista Caetano, o fundador do bairro São Caetano.
Autor: Rilvan Batista de Santana
Esta mesma Estrada das Boiadas foi de extrema importância para a batalha de Pirajá, pois era parte da estratégia do General Pedro Labatut e alguns legalistas para vencer a mesma. Estratégia esta que era bloquear a estrada das Boiadas não permitindo o transporte das mercadorias, e assim vencer os lusos através da fome e da miséria.
Para Madeira de Melo era essencial vencer a batalha de Pirajá, pois abrindo caminhos na Estrada das Boiadas, possibilitaria a chegada ao Recôncavo Baiano e o abastecimento da cidade do Salvador.
Com o exército brasileiro bloqueando a estrada, as tropas lusitanas ficaram sem mantimentos, e foram obrigadas a travar um embate com os brasileiros. Esta estratégia tornou-se vitoriosa. Madeira de Melo e seus comandantes saíram afugentados, depois de embates que resultaram na morte de vários baianos.
Nos nos anos de 1947, o bairro São Caetano era um aglomerado de poucas casas espalhadas, cercadas por roças de cacau, roças de mandioca, bananeiras, jaqueiras, canaviais, frutas em abundância, muita mata e uma fauna maravilhosa. Sua gente era de trabalhadores rurais, pequenos cacauicultores, pescadores, caçadores, oleiros, carpinteiros, marceneiros, lavadeiras, parteiras, benzedeiras, pedreiros, açougueiros e alguns minguados bodegueiros.
A vida no povoado corria sem novidade, monótona, lazer só para os homens, à noite, nas casas das caftinas Helvécia e Rosa, ou, algum bate-coxa de final de semana em cabaré fétido, quando dois sujeitos roubaram umas bolas de fumo de algum armazém da iniciante Itabuna, e, numa canoa (a ponte Lacerda estava em construção), atravessaram as água limpas e caudalosas do rio Cachoeira e vieram ao povoado passar as bolas de fumo ao atravessador.
Os elementos, ladrões chinfrins, foram presos, logo depois, com o atravessador, o bodegueiro Permínio, que tinha uma bodega no início, hoje, da avenida princesa Isabel. Naquela época, não havia Direitos Humanos nem humanos direitos, advogado era luxo, coisa de gente rica, os pobres diabos devem ter levado uma boa surra de cipó- de-boi ou foram corrigidos com palmatória de jacarandá e soltos.
Porém, o imbróglio do roubo das bolas de fumo, serviu para despertar o sentimento bairrista dos parcos moradores contra os deboches e desdéns dos citadinos que passaram chamar o seu lugarejo de “Fuminho”. Se alguém do outro lado do rio Cachoeira se atrevesse chamar o São Caetano de “Fuminho” ao habitante do lado de cá, poderia não dar briga, mas a reação e o repúdio eram imediatos de menino ao velho.
No entanto, não foi a primeira nem a última vez que o bairro São Caetano foi ameaçado do seu nome ser substituído. Com o assassinato do presidente dos E U A, John F. Kennedy, em 22 de Novembro de 1963, os bajuladores dos ianques espalhados em todo mundo, deram o seu nome, in memoriam, aos bairros, ruas, praças, jardins etc. Nós, de terras tupiniquins, das terras do sem fim, não fugimos à regra.
O vereador Antônio Calazans, velha raposa política, quis pegar o bonde da História e elaborou um anteprojeto de lei que mudava o nome de São Caetano para bairro presidente John Kennedy. A reação dos líderes comunitários Pedro Batista de Santana (Pedro do Bar), Eduardo Fonseca e o povo, foi enfurecida, irrefreável, movimentos de protestos pipocaram nos quatro cantos do bairro.
Os reclames do povo e dos líderes comunitários chegaram ao prefeito, o Sr. José de Almeida Alcântara (apelidado carinhosamente pela meninada de “Arranca”, derivativo deformado de Alcântara), mestre da demagogia e da encenação. Ele foi sensível e oportunista aos protestos e reclames da comunidade caetanense, prometeu aos líderes e à comunidade, negociar com os vereadores, vetar o projeto, tirou proveito político o quanto pode...
Os vereadores Calazans e Antônio Côrtes (relator da matéria), insistiam em submeter o projeto à assembléia para votação final, estavam irredutíveis, queriam a qualquer custo americanizar o bairro, trocando “São Caetano” por “John Kennedy”, a data da votação foi definida, parecia que os caetanenses estavam na casa do sem jeito, num beco sem saída, teriam mesmo que embolar a língua e pronunciar: - John Kennedy!...
O dia D chegou. Os vereadores estavam convencidos da aprovação fácil do seu projeto, pouco se lixando para população, quando o prédio da Câmara de Vereadores (atual prédio da 27ª. Zona Eleitoral), a Praça Olinto Leone e as ruas circunvizinhas, foram tomadas de assalto por milhares de populares, moradores do bairro São Caetano e doutros bairros, gritando palavras de ordem, discursos, carro-de-som, faixas, cartazes, apitos, numa demonstração de cidadania e civismo nunca visto.
Calazans acuado, sem respaldo popular, sem apoio político das autoridades da cidade (exceto seus pares), numa saída de mestre, esvaziou o plenário da Câmara, suspendeu o projeto por falta de quorum, articulou com os líderes do bairro uma nova proposta: não mudar o nome do bairro, mas manter a homenagem ao presidente americano, dando-lhe o seu nome à principal avenida, por muito tempo, o São Caetano teve sua “Avenida Kennedy”, mas graça ao sentimento patriótico das novas gerações, a posteriori, foi batizada com o nome de gente nossa: - Avenida Manoel Chaves!...
Portanto, “São Caetano” continuou “São Caetano”, nome de santo da Igreja Católica e justa homenagem foi feita ao lavrador José Batista Caetano, o fundador do bairro São Caetano.
Autor: Rilvan Batista de Santana